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Distonia

As distonias são distúrbios do movimento caracterizados por contrações musculares involuntárias que resultam em movimentos repetitivos e posturas anormais. Esses movimentos involuntários podem ser contínuos ou intermitentes e podem afetar uma parte específica do corpo, como os músculos do pescoço, da face, dos olhos, das mãos ou dos pés, ou podem se espalhar para várias partes do corpo.

Existem diferentes tipos de distonias, incluindo:

  • Distonias focais: Acometem uma parte específica do corpo, como a distonia cervical (torcicolo espasmódico), blefaroespasmo (contrações involuntárias dos músculos das pálpebras) ou distonia de escrita (crampões nas mãos ao escrever).

 

  • Distonias segmentares: Afetam músculos em áreas adjacentes, como a distonia segmentar cranio-cervical (envolvendo cabeça e pescoço) ou distonia segmentar braquial (envolvendo braços e mãos).

 

  • Hemidistonia: Afeta um lado do corpo.

 

  • Distonias generalizadas: Afetam músculos em todo o corpo, como a distonia generalizada idiopática, que pode começar na infância ou adolescência.

 

  • Distonias genéticas: Causadas por mutações genéticas hereditárias, como a distonia de torsão, que é a forma mais comum de distonia genética.

 

  • Distonias secundárias: São causadas por lesões cerebrais, trauma, infecções, distúrbios metabólicos, intoxicação por medicamentos ou outras condições médicas subjacentes.

Os sintomas das distonias podem variar de leve a grave e podem piorar com o estresse, fadiga ou movimentos específicos. O diagnóstico das distonias é feito com base na avaliação clínica do médico, incluindo histórico médico, exame físico e, em alguns casos, exames de imagem, como ressonância magnética, para descartar outras condições.

O tratamento das distonias pode incluir uma combinação de medicamentos, dentre eles a aplicação de toxina botulínica, sendo o principal tratamento. Há ainda a estimulação cerebral profunda (ECD), indicada principalmente nas distonias generalizadas. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e ajudar os pacientes a gerenciar a condição da melhor maneira possível. O acompanhamento de um neurologista é importante para ajustar o tratamento conforme necessário e monitorar a progressão da doença.

 

Distonia Cervical

Diferentes tipos de Distonia Cervical

 

A distonia cervical, também conhecida como torcicolo espasmódico, é uma condição médica caracterizada por contrações musculares involuntárias e sustentadas que causam movimentos repetitivos e posturas anormais do pescoço e da cabeça. Essas contrações podem fazer com que a cabeça gire para um lado (torcicolo) ou para a frente, para trás ou para os lados de forma involuntária.

As causas exatas da distonia cervical não são completamente compreendidas, mas acredita-se que envolvam uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Algumas possíveis causas ou fatores de risco incluem:

  • Genética: A distonia cervical pode ocorrer em famílias, sugerindo uma predisposição genética.

 

  • Fatores ambientais: Certas condições ou eventos, como lesões no pescoço, cirurgias, ou infecções, podem desencadear ou piorar os sintomas em pessoas predispostas.

 

  • Anomalias no funcionamento do sistema nervoso: Algumas pesquisas sugerem que a distonia cervical pode estar associada a uma disfunção na comunicação entre o cérebro e os músculos do pescoço.

Os sintomas da distonia cervical podem variar em gravidade e podem incluir:

  • Torcicolo (inclinação do pescoço para um lado)
  • Movimentos involuntários da cabeça
  • Dor e desconforto no pescoço
  • Rigidez muscular no pescoço

O tratamento da distonia cervical geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar e pode incluir:

  • Terapia física: Exercícios e técnicas de alongamento podem ajudar a melhorar a postura e reduzir a dor e a rigidez.

 

  • Injeções de toxina botulínica: A toxina botulínica pode ser injetada diretamente nos músculos afetados para ajudar a relaxar e aliviar os espasmos.

 

  • Cirurgia: Em casos graves e resistentes ao tratamento, a cirurgia pode ser uma opção para aliviar os sintomas, como a estimulação cerebral profunda, principalmente se os medicamentos forem refratários.

Quando aplicada diretamente nos músculos afetados, a toxina botulínica atua bloqueando a liberação de acetilcolina, um neurotransmissor responsável pela contração muscular. Isso leva a um relaxamento temporário dos músculos comprometidos, reduzindo assim a gravidade dos espasmos musculares e melhorando a postura e a função do pescoço.

O tratamento com toxina botulínica para distonia cervical geralmente envolve várias injeções administradas em diferentes músculos do pescoço, com base na localização e gravidade dos sintomas. Os efeitos do tratamento geralmente começam a ser percebidos dentro de alguns dias a uma semana após a injeção e podem durar vários meses, dependendo da resposta individual do paciente. É importante ressaltar que o tratamento com toxina botulínica para distonia cervical deve ser realizado por um neurologista qualificado e experiente.

Em resumo, a toxina botulínica é uma opção de tratamento eficaz e segura para distonia cervical, proporcionando alívio dos sintomas e melhorando a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição.

 

Distonia generalizada

Pacientes com distonia generalizada (comprometimento do tronco e membros inferiores)

A distonia generalizada é uma forma de distonia que afeta múltiplas partes do corpo, resultando em movimentos involuntários e posturas anormais em várias regiões do corpo. Esta condição é caracterizada por contrações musculares sustentadas que podem levar a movimentos repetitivos e posturas anormais, afetando a qualidade de vida do paciente.

Os sintomas da distonia generalizada podem variar em gravidade e incluir:

  • Torção ou contorção do tronco, pescoço, braços ou pernas: Movimentos involuntários que podem ocorrer em várias partes do corpo, levando a posturas anormais.

 

  • Movimentos de torção ou sacudidas nos membros: Pode incluir movimentos de torção nos membros superiores ou inferiores, bem como movimentos de sacudida.

 

  • Dificuldade em manter uma postura adequada: Devido à contração muscular involuntária, os pacientes podem ter dificuldade em manter uma postura ereta ou estável.

 

  • Dificuldade em realizar atividades motoras finas: A distonia generalizada pode interferir na capacidade do paciente de realizar tarefas diárias, como escrever, vestir-se, comer ou realizar outras atividades motoras finas.

 

  • Dor e desconforto: A contração muscular sustentada pode causar dor e desconforto crônicos em algumas pessoas.

As causas da distonia generalizada podem ser variadas e incluem fatores genéticos, lesões cerebrais, distúrbios metabólicos, infecções, entre outros. Em muitos casos, a causa exata da distonia generalizada pode não ser identificada.

O tratamento da distonia generalizada geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar e pode incluir:

  • Medicamentos: Alguns medicamentos, como relaxantes musculares, benzodiazepínicos ou medicamentos anticolinérgicos, podem ser prescritos para ajudar a controlar os sintomas da distonia.

 

  • Toxina botulínica: Injeções de toxina botulínica podem ser administradas em músculos específicos para ajudar a reduzir os espasmos musculares e melhorar a postura e a função.
  • Cirurgia: Em alguns casos graves e refratários ao tratamento convencional, a cirurgia pode ser considerada como uma opção para estimulação cerebral profunda.

É importante ressaltar que o tratamento da distonia geralmente é individualizado com base na gravidade dos sintomas, na causa subjacente e na resposta do paciente ao tratamento.

 

O tratamento da distonia generalizada com toxina botulínica pode ser uma opção terapêutica eficaz para reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A toxina botulínica é uma substância que atua bloqueando a liberação de acetilcolina, um neurotransmissor responsável pela contração muscular. Quando injetada nos músculos afetados pela distonia, a toxina botulínica causa relaxamento muscular temporário, reduzindo assim os espasmos musculares e melhorando a postura e a função.

No entanto, o uso da toxina botulínica para tratar a distonia generalizada pode ser mais desafiador do que em casos de distonia focal, devido ao envolvimento de múltiplas regiões do corpo. A abordagem de tratamento com toxina botulínica para distonia generalizada geralmente requer uma avaliação cuidadosa por parte de um neurologista especializado, para determinar quais músculos devem ser alvo das injeções e qual a dose adequada a ser administrada.

Em casos de refratariedade ao uso de toxina botulínica, a cirurgia para estimulação cerebral profunda é uma opção. Consiste na introdução de eletrodos no cérebro do paciente, em uma região chamada globo pálido interno. Quando o estímulo dos eletrodos é realizado, a distonia generalizada tende a reverter, dependendo da situação do paciente e do tipo de distonia.

 

 

 

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